Alê Alvarenga
“Ser designer no Brasil, antes de ser considerado um status social, era se aventurar em uma indústria e mercado que mal sabiam qual era a função de um profissional como esse”, explica Alê Alvarenga. Com a carreira iniciada em 2000, o designer lembra que nos anos 90 no Brasil, os únicos designers brasileiros conhecidos pelo grande público eram Sergio Rodrigues e os Campana, e isso se devia mais pelas alcunhas de artistas ou arquitetos.
Mineiro de Caratinga, Alê Alvarenga, antes de se tornar designer industrial, morou 8 meses em Nova York, onde estudou modelagem de moda e tecnologia têxtil na Parsons School of Design, em meio à fervilhante cena das artes e cultura dos anos 90.
Ao retornar ao Brasil, ele começou o curso de arquitetura na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), mas não concluiu pois percebeu que queria mesmo era desenhar e criar cadeiras. Em 2001, formou-se em Design Industrial pela Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG).
Entre estudos e trabalhos, Alê Alvarenga foi estilista da Vide Bula, marca mineira que criou o establishment do estilo jovem dos anos 90/2000, já atuou também no design de joalheria, que tinha grande força em Minas, e teve muitas experiências pelo mundo desenvolvendo produtos e implantando projetos na Itália, Holanda, Alemanha, Inglaterra, França, Portugal, Canadá, Estados Unidos, China e Rússia.
“Essas experiências no exterior foram muito valiosas, já que entendo que o design é uma forma de comunicação muito forte e para se expressar por meio dele, é preciso não apenas considerar suas raízes, mas ter uma vivência cultural expressiva”, salienta. Em 2013, Alê Alvarenga retornou para o Brasil, quando montou seu próprio escritório em Belo Horizonte.
“Trabalho para poucas marcas, pois entendo ser importante atuar captando o espírito de cada uma, fazendo um intenso trabalho de branding e não apenas atuando tecnicamente no desenho do produto. Procuro me responsabilizar por toda a cadeia produtiva das peças, pois cada pessoa envolvida no processo deixa no produto um pouco de sua história. Um designer sozinho não é capaz de concluir um trabalho de sucesso. Gosto da criação aberta ao diálogo”.